#03 O camarim e o campeonato

Eu tenho uma banda muuuuito legal. Uma não! Na verdade são 3 bandas no momento. Mas a que eu quero falar nesse momento é uma banda de Ska formada por uma mulherada muito bruxonas! AMO!

Bom! Fomos convidas para tocar em um campeonato de skate. Proposta muito massa! Era em uma pista de skate dentro de uma loja conceito de uma marca que amamos. Estávamos bem empolgadas.

A gente já não tava muito satisfeita com as tratativas, como por exemplo não ter nosso nome no cartaz!!! Depois de enxermos muito a paciência deles, eles fizeram um cartaz com a nossa foto, mas era literalmente um cartaz com a nossa foto. Não tinha mais nada além disso!!! Nem data, nem hora, endereço, Nadica de nada.

Combinaram que nosso show seria às 18h e que passaríamos o som às 16h. HAHAHAHAHA

Lógico que nada disso foi cumprido!

Nesse dia eu tive que ir sozinha até o local porque meu “marido terapêutico*” estava trabalhando e iria direto para o show.

(*Depois eu falo sobre a brincadeira do marido terapêutico. Esse é o título que o tonto do nosso padrinho de casamento deu para o meu marido, enfim…)

Fui sozinha, e até aí tudo bem. O problema começa ao chegar lá. Quando entrei no lugar que estava sendo usado como “camarim” já me veio uma angústia imediata.

Ah! Vale ressaltar que eu cheguei às 16h em ponto para não correr o risco de ter que ficar conversando sobre amenidades diversas sem o meu marido lá para me blindar.

Bom, “o camarim”! Na verdade era um espacinho de aproximadamente 2 X 2 metros (vale ressaltar que eu não tenho muita noção de espaço, maaaas era aproximadamente isso) com 1 cadeira no canto do estoque. Você leu corretamente uma! UMA! U M A  C A D E I R A para 7 mulheres. Eu não tenho noção de espaço, mas de unidade eu tenho.

Na hora que eu entrei, já percebi que ia durar uma eternidade! A programação estava muito atrasada, não tinha lugar para sentar, não tinha água ( depois a moça trouxe algumas garrafinhas 🥹). A única coisa que tinha era a certeza de que ia demorar MUITO.

Não dava pra andar ali (coisa que eu faço com muita recorrência pra me regular). Não dava pra ficar entrando e saindo sem pedir autorização para a segurança.

Um inferno!

Até para ir para o banheiro precisa pedir para alguém nos acompanhar. Ou seja!!!!

Eu já em desespero. Pronta para uma crise, meu marido avisa que está saindo do trabalho e me enche de esperança de que o alívio está chegando.

Um dos companheiros de uma das garotas saiu para procurar um bar e eu fui correndo atrás. Avisei as meninas que iria com ele (o tonto do meu padrinho tbm estava e tbm foi junto. Vale dizer que ele tbm é uma pessoa terapêutica pra mim).

Ali ficamos até as 20h. Exatamente! VINTE HORAS! OITO DA NOITE!

Bom, chegamos no bar alguns metros pra frente do local! Praticamente engoli uma garrafa de cerveja e aí comecei a sentir a tensão diminuir um pouco.

Fiquei em paz quando meu marido chegou e me abraçou forte por muuuuito tempo! Obrigada, marido lindo!

Um pouco apreensiva de ter saído de lá, mas muito em paz com essa atitude porque com certeza eu teria uma crise das brabas lá. Uma das coisas que me causa muita agonia é ficar presa em um espaço (independente do tamanho) ficar presa sem ter autonomia “me mata”. Agora ficar presa em um espaço minúsculo tendo que sorrir, fingir felicidade e conversar sobre assuntos irrelevantes… aííííí  não gosto nem de pensar no que poderia ter acontecido se eu não tivesse “fugido”.

Final da história: Nos chamaram às 20h. Ficamos no palco com os instrumentos um tempão até acabar a premiação e ainda por cima tivemos que reduzir o repertório que ensaiamos. Foi um dos piores shows que já toquei. Até que a banda estava boa, bem ensaiada, não passamos vergonha. A apresentação foi muito boa, mas todo o resto da experiência foi péssima.

Quando o show acabou, peguei minhas coisas e saí correndo.

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